Cláudio, Raoul e Júnior: união das culturas. Foto: Luiza Barufi
Para encerrar as duas semanas de atividades, a 10ª edição da Mostra Mundo Árabe de Cinema trouxe a Belo Horizonte a apresentação musical Latino-Árabe, que impressionou e emocionou os espectadores que lotaram a sala do CCBB BH na noite de sábado, 29 de agosto.
O “Duo 156 cordas”, formado pelo brasileiro Cláudio Kairouz e pelo tunisiano Raouf Jemni tocou o secular Qanoun e encantou a plateia. O palco também teve a presença do violonista brasileiro Júnior Pita, especialista em música brasileira, choro e samba, tocando violão de sete cordas. Coroando a apresentação, a cineasta Nirah Shirazipour fez uma participação especial com uma poesia de sua autoria.
Cláudio explicou que o Qanoun data do século X e teria sido criado por um filósofo árabe. “É como se fosse o bisavô do piano, é o piano por dentro. O instrumento possui 78 cordas, por isso o nome do Duo é 156 cordas”, conta. A primeira peça apresentada na noite foi composta pelo jovem músico da Tunísia, Raouf Jemni. “Ele é muito conceituado em seu país e é uma honra muito grande para nós tê-lo aqui. Essa primeira peça de autoria dele tem uma estrutura fixa erudita. É uma melodia tradicional do folclore egípcio”, contou o músico brasileiro.
Para finalizar, a peça final teve a união das culturas brasileira e árabe em uma mesclagem de uma música folclórica tradicional da Tunísia, fechando com algumas composições brasileiras. O público acompanhou na voz e nas palmas o choro “Asa Branca”, de autoria de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. “Nada melhor que unir culturas com a música. Com essa união temos hoje aqui no palco o violonista Júnior Pita, especialista em música brasileira, eu, que estudei e me aprofundei na música árabe, e a presença de Raouf, representando o mundo árabe”, finalizou Cláudio Kairouz. Todo o repertório tocado foi montado originalmente para a Mostra Mundo Árabe de Cinema.
O estudante de artes visuais e artista de rua, Gabriel Dias, ficou maravilhado com a apresentação, “Gostei muito e fiquei impressionado com a pouca idade do Raouf, ele é muito bom”, comenta.
Para a professora de língua árabe, Najwa Safarcif, que é de origem síria e atualmente mora em Belo Horizonte, a peça fechou com chave de ouro a programação, “Foi lindo. Já assisti a alguns filmes da Mostra, mas hoje fiquei emocionada. Este instrumento é emocionante, e é árabe mesmo”.
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