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Postado em 20/09/2015

 

"Retrospectiva - 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema" traz quatro filmes que foram destaques na programação: “Ghadi”, “Sotto Voce”, “O Sonho de Sherazade” e “O Mar de Outrora”, dias 19 e 20 de setembro. A Mostra érealizada pelo Instituto da Cultura Árabe (ICArabe),  em parceria com o Ministério da Cultura, Sesc, Centro Cultural Banco do Brasil, Prefeitura de São Paulo e Governo do Estado de São Paulo.

 

10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, que terminou neste sábado, dia 12 de setembro, ganhará exibições extras no Espaço Itaú de Cinema. Nos dias 19 e 20 de setembro (sábado e domingo) será realizada a"Retrospectiva - 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema”, com quatro filmes que integraram a programação: “Sotto Voce”, “O Mar de Outrora”, “O Sonho de Sherarzade” e “Ghadi”. A Mostra é realizada pelo Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), em parceria com o Ministério da Cultura, Sesc, Centro Cultural Banco do Brasil, Prefeitura de São Paulo e Governo do Estado de São Paulo.

 

O destaque desta retrospectiva é “Ghadi”, que teve somente uma exibição em agosto durante a primeira semana da Mostra no Cinesesc, em São Paulo. É praticamente inédito no Brasil. “É uma oportunidade para o público de São Paulo conferir ou rever os filmes desta edição, que foi a maior de todas já realizadas e promoveu o diálogo do cinema com outras artes, como a literatura, a música e o teatro, com diversas atividades integradas”, ressalta o curador e diretor da 10ª Mostra, Geraldo Adriano Godoy de Campos (veja as sinopses dos filmes abaixo).

 

10 anos de cinema árabe no Brasil

 

Consolidada no calendário cultural de São Paulo e referência como evento cinematográfico, a Mostra Mundo Árabe de Cinema consagra-se em 2015 como evento internacional, aproximando o público da produção cinematográfica do mundo árabe e de outros países que abordam a temática árabe, como produções europeias e latinas.

 

A Mostra vem, ano a ano, contribuindo para dialogar com a sociedade brasileira e mostrar uma parte considerável da cultura árabe para esse público. “Não só a cultura árabe do passado, mas a cultura árabe do presente, que é muito viva. Mostrar as questões sociais, sociológicas, antropológicas, porque cultura é isso. Cultura não é uma coisa estática. É algo muito dinâmico”, ressalta sua idealizadora, Soraya Smaili.

 

Para o curador, Geraldo Adriano Godoy de Campos, os filmes apresentados desestabilizam referenciais que muitas pessoas têm como certos, como por exemplo, a dicotomia entre Oriente e Ocidente. “Neste percurso, a Mostra permite uma permanente interação entre componentes estéticos e políticos. Políticos em vários sentidos. Primeiramente, em um sentido da aproximação com questões geopolíticas e econômicas do Mundo Árabe e do Oriente Médio. Mas é também política a constatação de que as questões que a Mostra reflete falam também sobre nós.”

  

CURADOR

 

Geraldo Adriano Campos (diretor e curador da Mostra Mundo Árabe de Cinema)

Professor do curso de Relações Internacionais da ESPM. Graduado em Relações Internacionais e Mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP e Doutorando em Filosofia pela USP (FFLCH). Curador Musical da Biblioteca Mário de Andrade e produtor musical. Foi Diretor Cultural do Instituto da Cultura Árabe de 2013 a 2015. Presidente do Júri do Festival Internacional de Cinema LatinoArabe , em Buenos Aires, em 013.

  

SINOPSES

 

Sotto Voce

Marrocos e Emirados Árabes Unidos| 2013| 94 minutes

Gênero: Ficção

Direção: Kamal Kamal

Idioma: Árabe e Francês com legendas em Português

Casting: Ahmed Benaissa, Amal Ayouch, Jihane Kamal, Khaled Benaissa, Mohamed Bastaoui, Mohammed Khoyi

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=b9J9-ZubuzQ  

 

Sinopse

Durante a guerra da Argélia, a estrada para Beni Boussaid na fronteira de Marrocos -Argélia está obstruída pela linha Morice, uma longa correia 430 milhas que é eletrificada e fortemente minada. Moussa, um amigo marroquino da revolução, ajuda a refugiados através das montanhas. Entretanto, ele deve passar por Beni Boussaid quando ele descobre que o caminho que ele toma não é mais seguro. Hans, um militante comunista da RDA, perde uma perna no caminho ao tentar remover uma mina de uma passagem. Normalmente, os feridos e doentes são colocados para descansar, mas Hans não é um muçulmano e não pode ser um mártir. Integrou a Seleção Oficial do Festival Internacional de Cinema de Dubai em 2014. Filme de Abertura da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema.

 

 

Ghadi

Líbano| 2013| 100 min

Gênero: Ficção

Direção: Amin Dora

Idioma: Árabe com legendas em Português

Elenco: Georges Khabbaz, Lara Rain e Emmanuel Khairallah

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=eGkDvVlFXbk 

 

Sinopse

 

Num pequeno bairro de uma cidade litorânea do Líbano, Leba, um professor de música casa-se com Lara, seu amor de juventude. Na terceira gravidez, finalmente nasce o menino tão esperado, que se chama Ghadi. Entretanto, Ghadi nasce com necessidades especiais. Para livrar seu filho da rejeição da sociedade, Leba desenvolve um plano espetacular: convence a população que seu filho é na verdade um anjo. Indicado para representar o Líbano para  concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2015. 

 

O Sonho de Sherazade

Egito | 2014| 107 min

Gênero: Ficção

Direção: François Verster

Idioma: Inglês, Árabe e Turco com legendas em português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=iB72dFwQ7JY

 

Sinopse

Um condutor carismático usa a suíte Scheherazade de Rimsky-Korsakov como ferramenta para a educação política, levando a uma performance final no palácio de Topkapi, em Istambul - e com o tempo, para os protestos Parque Gezi de 2013. Uma jovem mulher libanesa faz as pazes com seu passado por aprender a arte de contar histórias no Egito e se torna um ativista pela internet nesse processo. Um artista visual mais velho que é obcecado por “The 1001 Nights” encontra o seu "sonho de Shahrazad" se manifestando através do surgimento da linda jovem contadora de histórias. Um contador de histórias chamado Alexandrino se junta com uma companhia de teatro do Cairo, encontrando com as mães dos mártires da Revolução de 25 de janeiro e transformando seus testemunhos em novas performances de histórias contadas. Em 2014, Participou do Festival Internacional de Cinema Documentário de Amsterdam.

 

 

O mar de outrora

Marrocos, França e Emirados Árabes Unidos| 2014| 95 min

Gênero: Ficção

Direção: Hicham Lasri

Elenco: Malek Akhmiss, Hassan Badida, Mohamed Aouragh, Yassine Sekal, Adil Lasri

Idioma: Árabe e Bérbere com legendas em Português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=YeGjXEI8nIQ

 

Sinopse

Tarik vive num mundo sem cores e com água contaminada. Ele desafia a monotonia desse mundo incolor, usando roupas e maquiagens de mulher. Passa a maior parte do seu tempo em cima de uma carroça puxada pelo seu cavalo Larbi, onde apresenta números de dança em público. Um certo dia, Larbi  para no meio de uma procissão e se recusa a sair do lugar. Tarik terá que encontrar outra maneira de viver para escapar do marasmo do mundo que o cerca.

Em 2014, integrou a Seleção Oficial Festival Internacional de Cinema de Dubai. Inédito no Brasil.

 

 

GRADE DE EXIBIÇÃO:

Sotto Voce – 19 de setembro, às 18h30

Ghadi –  19 de setembro, às 20h30

O Sonho de Sherazade – 20 de setembro, às 18h30

O Mar de Outrora – 20 de setembro, às 20h30

 

Serviço:

O quê: "Retrospectiva - 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema"

Onde: Espaço Itaú de Cinema

Rua Augusta, 1.470 (Anexo, salas 4)

São Paulo - SP, 01305-100

Funcionamento da bilheteria: das 13h30 às 22h

Valor do ingresso: R$ 30,00 / R$ 15,00

Formas de pagamento: dinheiro, cartão de débito (Maestro, Redeshop ou Visa Electron), cartão de crédito (Dinners, Mastercard ou Visa) ou Vale Cultura (Ticket).

 

 

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Postado em 20/09/2015

 

O mar de outrora

Marrocos, França e Emirados Árabes Unidos| 2014| 95 min

Gênero: Ficção

Direção: Hicham Lasri

Elenco: Malek Akhmiss, Hassan Badida, Mohamed Aouragh, Yassine Sekal, Adil Lasri

Idioma: Árabe e Bérbere com legendas em Português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=YeGjXEI8nIQ

 

Sinopse

Tarik vive num mundo sem cores e com água contaminada. Ele desafia a monotonia desse mundo incolor, usando roupas e maquiagens de mulher. Passa a maior parte do seu tempo em cima de uma carroça puxada pelo seu cavalo Larbi, onde apresenta números de dança em público. Um certo dia, Larbi  para no meio de uma procissão e se recusa a sair do lugar. Tarik terá que encontrar outra maneira de viver para escapar do marasmo do mundo que o cerca.

Em 2014, integrou a Seleção Oficial Festival Internacional de Cinema de Dubai. Inédito no Brasil.

 

 

Grade de exibição:

Sotto Voce – 19 de setembro, às 18h30

Ghadi –  19 de setembro, às 20h30

O Sonho de Sherazade – 20 de setembro, às 18h30

O Mar de Outrora – 20 de setembro, às 20h30

 

  

Serviço:

O quê: "Retrospectiva - 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema"

Onde: Espaço Itaú de Cinema

Rua Augusta, 1.470 (Anexo, salas 4)

São Paulo - SP, 01305-100

Funcionamento da bilheteria: das 13h30 às 22h

Valor do ingresso: R$ 30,00 / R$ 15,00

Formas de pagamento: dinheiro, cartão de débito (Maestro, Redeshop ou Visa Electron), cartão de crédito (Dinners, Mastercard ou Visa) ou Vale Cultura (Ticket).

 

 

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Postado em 20/09/2015

 

O Sonho de Sherazade

Egito | 2014| 107 min

Gênero: Ficção

Direção: François Verster

Idioma: Inglês, Árabe e Turco com legendas em português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=iB72dFwQ7JY

 

Sinopse

Um condutor carismático usa a suíte Scheherazade de Rimsky-Korsakov como ferramenta para a educação política, levando a uma performance final no palácio de Topkapi, em Istambul - e com o tempo, para os protestos Parque Gezi de 2013. Uma jovem mulher libanesa faz as pazes com seu passado por aprender a arte de contar histórias no Egito e se torna um ativista pela internet nesse processo. Um artista visual mais velho que é obcecado por “The 1001 Nights” encontra o seu "sonho de Shahrazad" se manifestando através do surgimento da linda jovem contadora de histórias. Um contador de histórias chamado Alexandrino se junta com uma companhia de teatro do Cairo, encontrando com as mães dos mártires da Revolução de 25 de janeiro e transformando seus testemunhos em novas performances de histórias contadas. Em 2014, Participou do Festival Internacional de Cinema Documentário de Amsterdam.

  

Grade de exibição:

Sotto Voce – 19 de setembro, às 18h30

Ghadi –  19 de setembro, às 20h30

O Sonho de Sherazade – 20 de setembro, às 18h30

O Mar de Outrora – 20 de setembro, às 20h30

 

Serviço:

O quê: "Retrospectiva - 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema"

Onde: Espaço Itaú de Cinema

Rua Augusta, 1.470 (Anexo, salas 4)

São Paulo - SP, 01305-100

Funcionamento da bilheteria: das 13h30 às 22h

Valor do ingresso: R$ 30,00 / R$ 15,00

Formas de pagamento: dinheiro, cartão de débito (Maestro, Redeshop ou Visa Electron), cartão de crédito (Dinners, Mastercard ou Visa) ou Vale Cultura (Ticket).

 

 

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Postado em 18/09/2015

 

Sotto Voce

Marrocos e Emirados Árabes Unidos| 2013| 94 minutes

Gênero: Ficção

Direção: Kamal Kamal

Idioma: Árabe e Francês com legendas em Português

Casting: Ahmed Benaissa, Amal Ayouch, Jihane Kamal, Khaled Benaissa, Mohamed Bastaoui, Mohammed Khoyi

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=b9J9-ZubuzQ  

 

Sinopse

Durante a guerra da Argélia, a estrada para Beni Boussaid na fronteira de Marrocos -Argélia está obstruída pela linha Morice, uma longa correia 430 milhas que é eletrificada e fortemente minada. Moussa, um amigo marroquino da revolução, ajuda a refugiados através das montanhas. Entretanto, ele deve passar por Beni Boussaid quando ele descobre que o caminho que ele toma não é mais seguro. Hans, um militante comunista da RDA, perde uma perna no caminho ao tentar remover uma mina de uma passagem. Normalmente, os feridos e doentes são colocados para descansar, mas Hans não é um muçulmano e não pode ser um mártir. Integrou a Seleção Oficial do Festival Internacional de Cinema de Dubai em 2014. Filme de Abertura da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema.

 

Grade de exibição:

Sotto Voce – 19 de setembro, às 18h30

Ghadi –  19 de setembro, às 20h30

O Sonho de Sherazade – 20 de setembro, às 18h30

O Mar de Outrora – 20 de setembro, às 20h30

 

Serviço:

O quê: "Retrospectiva - 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema"

Onde: Espaço Itaú de Cinema

Rua Augusta, 1.470 (Anexo, salas 4)

São Paulo - SP, 01305-100

Funcionamento da bilheteria: das 13h30 às 22h

Valor do ingresso: R$ 30,00 / R$ 15,00

Formas de pagamento: dinheiro, cartão de débito (Maestro, Redeshop ou Visa Electron), cartão de crédito (Dinners, Mastercard ou Visa) ou Vale Cultura (Ticket).

 

 

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Postado em 18/09/2015

 

 

Ghadi

Líbano| 2013| 100 min

Gênero: Ficção

Direção: Amin Dora

Idioma: Árabe com legendas em Português

Elenco: Georges Khabbaz, Lara Rain e Emmanuel Khairallah

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=eGkDvVlFXbk 

 

Sinopse 

Num pequeno bairro de uma cidade litorânea do Líbano, Leba, um professor de música casa-se com Lara, seu amor de juventude. Na terceira gravidez, finalmente nasce o menino tão esperado, que se chama Ghadi. Entretanto, Ghadi nasce com necessidades especiais. Para livrar seu filho da rejeição da sociedade, Leba desenvolve um plano espetacular: convence a população que seu filho é na verdade um anjo. Indicado para representar o Líbano para  concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2015. 

 

 

Grade de exibição:

Sotto Voce – 19 de setembro, às 18h30

Ghadi –  19 de setembro, às 20h30

O Sonho de Sherazade – 20 de setembro, às 18h30

O Mar de Outrora – 20 de setembro, às 20h30

 

Serviço:

O quê: "Retrospectiva - 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema"

Onde: Espaço Itaú de Cinema

Rua Augusta, 1.470 (Anexo, salas 4)

São Paulo - SP, 01305-100

Funcionamento da bilheteria: das 13h30 às 22h

Valor do ingresso: R$ 30,00 / R$ 15,00

Formas de pagamento: dinheiro, cartão de débito (Maestro, Redeshop ou Visa Electron), cartão de crédito (Dinners, Mastercard ou Visa) ou Vale Cultura (Ticket).

 

 

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Postado em 15/09/2015

 

"Retrospectiva - 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema" traz quatro filmes que foram destaques na programação: “Ghadi”, “Sotto Voce”, “O Sonho de Sherazade” e “O Mar de Outrora”, dias 19 e 20 de setembro. A Mostra é realizada pelo Instituto da Cultura Árabe (ICArabe),  em parceria com o Ministério da Cultura, Sesc, Centro Cultural Banco do Brasil, Prefeitura de São Paulo e Governo do Estado de São Paulo.

 

10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, que terminou neste sábado, dia 12 de setembro, ganhará exibições extras no Espaço Itaú de Cinema. Nos dias 19 e 20 de setembro (sábado e domingo) será realizada a"Retrospectiva - 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema”, com quatro filmes que integraram a programação: “Sotto Voce”, “O Mar de Outrora”, “O Sonho de Sherarzade” e “Ghadi”. A Mostra é realizada pelo Instituto da Cultura Árabe (ICArabe),  em parceria com o Ministério da Cultura, Sesc, Centro Cultural Banco do Brasil, Prefeitura de São Paulo e Governo do Estado de São Paulo.

 

O destaque desta retrospectiva é “Ghadi”, que teve somente uma exibição em agosto durante a primeira semana da Mostra no Cinesesc, em São Paulo. É praticamente inédito no Brasil. “É uma oportunidade para o público de São Paulo conferir ou rever os filmes desta edição, que foi a maior de todas já realizadas e promoveu o diálogo do cinema com outras artes, como a literatura, a música e o teatro, com diversas atividades integradas”, ressalta o curador e diretor da 10ª Mostra, Geraldo Adriano Godoy de Campos (veja as sinopses dos filmes abaixo).

 

10 anos de cinema árabe no Brasil

 

Consolidada no calendário cultural de São Paulo e referência como evento cinematográfico, a Mostra Mundo Árabe de Cinema consagra-se em 2015 como evento internacional, aproximando o público da produção cinematográfica do mundo árabe e de outros países que abordam a temática árabe, como produções europeias e latinas.

 

A Mostra vem, ano a ano, contribuindo para dialogar com a sociedade brasileira e mostrar uma parte considerável da cultura árabe para esse público. “Não só a cultura árabe do passado, mas a cultura árabe do presente, que é muito viva. Mostrar as questões sociais, sociológicas, antropológicas, porque cultura é isso. Cultura não é uma coisa estática. É algo muito dinâmico”, ressalta sua idealizadora, Soraya Smaili.

 

Para o curador, Geraldo Adriano Godoy de Campos, os filmes apresentados desestabilizam referenciais que muitas pessoas têm como certos, como por exemplo, a dicotomia entre Oriente e Ocidente. “Neste percurso, a Mostra permite uma permanente interação entre componentes estéticos e políticos. Políticos em vários sentidos. Primeiramente, em um sentido da aproximação com questões geopolíticas e econômicas do Mundo Árabe e do Oriente Médio. Mas é também política a constatação de que as questões que a Mostra reflete falam também sobre nós.”

  

CURADOR

 

Geraldo Adriano Campos (diretor e curador da Mostra Mundo Árabe de Cinema)

Professor do curso de Relações Internacionais da ESPM. Graduado em Relações Internacionais e Mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP e Doutorando em Filosofia pela USP (FFLCH). Curador Musical da Biblioteca Mário de Andrade e produtor musical. Foi Diretor Cultural do Instituto da Cultura Árabe de 2013 a 2015. Presidente do Júri do Festival Internacional de Cinema LatinoArabe , em Buenos Aires, em 013.

  

SINOPSES

 

Sotto Voce

Marrocos e Emirados Árabes Unidos| 2013| 94 minutes

Gênero: Ficção

Direção: Kamal Kamal

Idioma: Árabe e Francês com legendas em Português

Casting: Ahmed Benaissa, Amal Ayouch, Jihane Kamal, Khaled Benaissa, Mohamed Bastaoui, Mohammed Khoyi

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=b9J9-ZubuzQ  

 

Sinopse

Durante a guerra da Argélia, a estrada para Beni Boussaid na fronteira de Marrocos -Argélia está obstruída pela linha Morice, uma longa correia 430 milhas que é eletrificada e fortemente minada. Moussa, um amigo marroquino da revolução, ajuda a refugiados através das montanhas. Entretanto, ele deve passar por Beni Boussaid quando ele descobre que o caminho que ele toma não é mais seguro. Hans, um militante comunista da RDA, perde uma perna no caminho ao tentar remover uma mina de uma passagem. Normalmente, os feridos e doentes são colocados para descansar, mas Hans não é um muçulmano e não pode ser um mártir. Integrou a Seleção Oficial do Festival Internacional de Cinema de Dubai em 2014. Filme de Abertura da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema.

 

 

Ghadi

Líbano| 2013| 100 min

Gênero: Ficção

Direção: Amin Dora

Idioma: Árabe com legendas em Português

Elenco: Georges Khabbaz, Lara Rain e Emmanuel Khairallah

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=eGkDvVlFXbk 

 

Sinopse

 

Num pequeno bairro de uma cidade litorânea do Líbano, Leba, um professor de música casa-se com Lara, seu amor de juventude. Na terceira gravidez, finalmente nasce o menino tão esperado, que se chama Ghadi. Entretanto, Ghadi nasce com necessidades especiais. Para livrar seu filho da rejeição da sociedade, Leba desenvolve um plano espetacular: convence a população que seu filho é na verdade um anjo. Indicado para representar o Líbano para  concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2015. 

 

O Sonho de Sherazade

Egito | 2014| 107 min

Gênero: Ficção

Direção: François Verster

Idioma: Inglês, Árabe e Turco com legendas em português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=iB72dFwQ7JY

 

Sinopse

Um condutor carismático usa a suíte Scheherazade de Rimsky-Korsakov como ferramenta para a educação política, levando a uma performance final no palácio de Topkapi, em Istambul - e com o tempo, para os protestos Parque Gezi de 2013. Uma jovem mulher libanesa faz as pazes com seu passado por aprender a arte de contar histórias no Egito e se torna um ativista pela internet nesse processo. Um artista visual mais velho que é obcecado por “The 1001 Nights” encontra o seu "sonho de Shahrazad" se manifestando através do surgimento da linda jovem contadora de histórias. Um contador de histórias chamado Alexandrino se junta com uma companhia de teatro do Cairo, encontrando com as mães dos mártires da Revolução de 25 de janeiro e transformando seus testemunhos em novas performances de histórias contadas. Em 2014, Participou do Festival Internacional de Cinema Documentário de Amsterdam.

 

 

O mar de outrora

Marrocos, França e Emirados Árabes Unidos| 2014| 95 min

Gênero: Ficção

Direção: Hicham Lasri

Elenco: Malek Akhmiss, Hassan Badida, Mohamed Aouragh, Yassine Sekal, Adil Lasri

Idioma: Árabe e Bérbere com legendas em Português

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=YeGjXEI8nIQ

 

Sinopse

Tarik vive num mundo sem cores e com água contaminada. Ele desafia a monotonia desse mundo incolor, usando roupas e maquiagens de mulher. Passa a maior parte do seu tempo em cima de uma carroça puxada pelo seu cavalo Larbi, onde apresenta números de dança em público. Um certo dia, Larbi  para no meio de uma procissão e se recusa a sair do lugar. Tarik terá que encontrar outra maneira de viver para escapar do marasmo do mundo que o cerca.

Em 2014, integrou a Seleção Oficial Festival Internacional de Cinema de Dubai. Inédito no Brasil.

 

 

GRADE DE EXIBIÇÃO:

Sotto Voce – 19 de setembro, às 18h30

Ghadi –  19 de setembro, às 20h30

O Sonho de Sherazade – 20 de setembro, às 18h30

O Mar de Outrora – 20 de setembro, às 20h30

 

Serviço:

O quê: "Retrospectiva - 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema"

Onde: Espaço Itaú de Cinema

Rua Augusta, 1.470 (Anexo, salas 4)

São Paulo - SP, 01305-100

Funcionamento da bilheteria: das 13h30 às 22h

Valor do ingresso: R$ 30,00 / R$ 15,00

Formas de pagamento: dinheiro, cartão de débito (Maestro, Redeshop ou Visa Electron), cartão de crédito (Dinners, Mastercard ou Visa) ou Vale Cultura (Ticket).

 

 

 

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Postado em 10/09/2015

 

Diretor de Comunicação do ICArabe falará ao público sobre o tema “Cinema e Memória: representações de fronteira e território”, após exibição de filmes.

 

Nesta quinta-feira, dia 10, o Cine Olido será palco para o debate “Cinema e Memória: representações de fronteira e território”, com o jornalista e documentarista Arturo Hartmann, diretor de Comunicação do ICArabe e codiretor do filme “Sobre Futebol e Barreiras”. O bate-papo acontecerá após a exibição dos filmes “Área Livre”, “Muros”, “Um menino, um muro e um burro” e “A Pedra de Salomão” (veja abaixo as sinopses dos filmes que antecedem o debate).

 

A programação completa da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema você encontra aqui.

Para saber mais sobre a Mostra, acesse também a página do Facebook.

 

PROGRAMAÇÃO INTEGRADA

 

“Cinema e Memória” 

Cine Olido, São Paulo

10 de setembro, quinta, às 20h15

Um debate com o jornalista e documentarista Arturo Hartmann, diretor de comunicação do ICArabe e codiretor do filme “Sobre Futebol e Barreiras”, após a exibição dos filmes “Área Livre”, “Muros”,  “Um menino, um muro e um burro” e “Pedra de Salomão”.

 

GRADE DE PROGRAMAÇÃO

 

Quinta, 10 de setembro

15h – Yema

19h – Sessão Curta Fronteiras 2: Área Livre | Muros | Um menino, um muro e um burro | A Pedra de Salomão

20h15 – Mesa de Debate “Cinema e Memória

 

Sexta, 11 de setembro

19h – A Escola de Babel

 

Sábado, 12 de setembro

15h – Próxima Estação Musical: Marrocos

 

SINOPSES DOS FILMES QUE ANTECEDEM O DEBATE

 

Área Livre

(Free Range)

Líbano e Alemanha | 2014| 16 min. - 16 anos

Gênero: Drama

Direção: Bass Bréche

Idioma: Árabe com legendas em português

Uma vaca atravessa a fronteira entre Israel e Líbano, onde encontra a jovem Malakeh, de 16 anos, e sua família. Um faroeste-espaguete libanês que aborda questões sociopolíticas, como fronteira e poder nas relações pessoais, religiosas, animais e nas intervenções praticadas pela ONU. Inédito no Brasil

 

Sobre o diretor

Bass começou sua carreira como um ator de teatro no Líbano antes de se mudar para a Grã-Bretanha. Ele é o diretor do curta-metragem Both (2007). De 2009 a 2011, trabalhou no drama para internet ganhador do Emmy “Shankaboot” e na série para internet “Fasateen”.

 

Um menino, um muro e um burro

(A Boy, A Wall And a Donkey)

Palestina e Alemanha | 2008 | 6 min. - 16 anos

Gênero: Drama

Direção: Hany Abu-Assad

Idioma: Árabe com legendas em português

Neste curta do aclamado diretor palestino Hany Abu-Assad, inédito no Brasil, três meninos querem gravar um filme e recitar a visão que tem da realidade. No entanto, sem qualquer câmera, eles não desistem e decidem gravar usando câmeras de segurança que rodeiam o mundo em que vivem.

 

Sobre o diretor

Hany Abu-Assad é um diretor palestino nascido em 1961. Iniciou sua carreira no cinema em 1992 e já dirigiu diversos filmes, entre eles "Paradise Now" e “Omar”, ambos indicado ao Oscar em 2006 e 2014, respectivamente. O último abriu a Mostra do ano passado.

 

A Pedra de Salomão

(Solomon's Stone)

Palestina e Espanha| 2015 | 25 min. - 16 anos

Gênero: Documentário

Direção: Ramzi Maqdisi

Idioma: Árabe com legendas em português

Hussein, um jovem palestino de Jerusalém, recebe uma carta do correio israelense para que compareça em pessoa e assim receba uma encomenda. Mas ali ele fica sabendo que tem que pagar U$ 20 mil para coletar o pacote. Sua curiosidade pelo conteúdo o faz vender tudo o que tem, apesar da rejeição pura e simples de sua mãe. O episódio muda suas vidas.

 

Sobre o diretor

Nascido em Jerusalém-Palestina, Ramzi Maqdisi estudou Direção de Cinema no Centro de Estudos de Cinema da Catalunha ( CECC ) e escreveu e dirigiu um documentário (“Behind the Wall”/”Atrás do Muro”) e outros filmes curtas e longa metragens:: “Mirage”, “Ano de Perdas” (adaptado do romance “Ramallah, mon amour”,de Mahmoud Abu Hashash ), “A Praia Vermelha” (16 mm), “Sob o céu”. No cinema , ele atuou como ator em "O Ataque" , dirigido por Ziad Doueri, em "Omar", por Hany Abu-Assad, e em "Girafada", de Rani Masalha.

 

Muros

Brasil| 2015| 25 min.

Gênero: Documentário

Direção: Camele Queiroz e Fabricio Ramos. Com a participação do fotógrafo Rogério Ferrari.

Idioma: Português

A precariedade urbana e arquitetônica de favelas brasileiras é colocada em questão por Rogério Ferrari, fotógrafo brasileiro que conviveu e fotografou o povo palestino em Gaza, na Cisjordânia e em campos de refugiados. Resistência e afirmação da vida num encontro entre cinema e fotografia.

 

Sobre os diretores

Camele Queiroz e Fabricio Ramos são realizadores independentes em Salvador, Bahia.

 

Serviço:

 

Cine Olido

Avenida São João, 473 - Centro, São Paulo - SP, 01035-000 - Próximo das estações República, Anhangabaú e São Bento do metrô

(11) 3331-8399 e  3397-0171

R 1,00 e R$ 0,50

Realizadores: Instituto da Cultura Árabe, CineSesc, Sesc-ES, Centro Cultural Banco do Brasil-SP, Centro Cultural Banco do Brasil-BH e Prefeitura da Cidade de São Paulo

Correalização: Biblioteca Mário de Andrade e Centro Cultural São Paulo

Apoio Cultural: Cinemateca da Embaixada da França e MC Distribution

Apoio Institucional: MAD Solutions

www.icarabe.org

 

 

 

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Postado em 08/09/2015

Foto: Osmar Moura Fotografia 

 

 

Diretores dos filmes que participaram do Concurso de Cinema Os Árabes e a 25 de Março e as historiadoras Heloísa Dib e Silvia Antibas conversaram com o público.

 

Dois debates promovidos pela 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema no Museu da Imigração abordaram a trajetória dos imigrantes árabes no Brasil e a importância de preservar esta rica história.

 

No último sábado (5), o Museu recebeu as historiadoras Heloísa Dib, diretora administrativa do ICArabe, e Silvia Antibas para o debate “Imigração Árabe e suas formas de expressão”.

 

A conversa aconteceu no auditório do Museu, após a exibição dos filmes “Xenos” e “Escola de Babel”. O primeiro trata da história de refugiados palestinos e o segundo, de crianças asiladas na França aprendendo na escola o idioma do país. As historiadoras falaram, entre outros temas, sobre a dificuldade dos refugiados aprenderem uma nova língua no país que os acolhe e da diferença entre gerações da imigração árabe-brasileira.

 

“Muitos dessa 2ª geração (filhos dos imigrantes que vieram para o país no final do século XIX) não falam árabe, porque há uma necessidade de imersão total no país. (Os pais) matriculavam os filhos em escolas normais e davam nomes brasileiros”, analisou Heloísa Dib.

 

Já para Silvia Antibas, o aprendizado da língua no Brasil é um problema atual. “Como vamos ensinar se (os imigrantes) acabam se espalhando (pelo território)? (O ensino) acabou se concentrando nas mesquitas e na igreja ortodoxa”, disse.

 

Segundo ela, há diferença entre as gerações da imigração árabe para o Brasil assim como nas histórias dos filmes exibidos antes do debate. “Vinham (a partir do final do século XIX) para ficar e tentar uma melhor situação econômica. Hoje em dia é diferente, eles já estão estabelecidos (em seus países) e vêm fugindo”, afirmou. “No segundo filme, são imigrantes acolhidos. No primeiro, tentam sobreviver”.

 

Heloísa Dib ainda falou sobre a importância de inserir os imigrantes no mercado de trabalho no Brasil, o que é difícil. “Chega alguém que não fala inglês, apenas árabe, formado como técnico de informática. Fica muito complicado. Se ainda houvesse mais empresas (do gênero no Brasil, seria mais fácil).” Para ela, também é preciso adaptar os jovens, que muitas vezes largam o estudo para fugirem de seus países de origem. Áreas de trabalho como a gastronomia têm servido de alternativa de sobrevivência para imigrantes.

 

Já mediadora do debate e profissional de Relações Institucionais do Museu do Imigrante, Tatiana Waldman, criticou a noção de que a Europa apenas passa por uma crise migratória, com os refugiados sírios, além de outros. “A mídia é muito tendenciosa, dos 10 milhões de refugiados da Síria, quantos estão na Europa? Será que a crise é europeia?”, questionou. “A maioria dos países que os acolhem são fronteiriços”. Ela também falou sobre as tentativas de chegar à Europa pelo mar, que muitas vezes fracassam e resultam em mortes, como a do menino Aylan Kurdi, repercutida recentemente pela imprensa mundial. “É morrer na terra ou no mar. Não se sabe o que pode acontecer com o navio.”

 

Também jurista e especialista em Direitos Humanos, Tatiana ainda agradeceu a parceria do ICArabe com o Museu. “(Quero) agradecer a Mostra Mundo Árabe de Cinema pela oportunidade de trazer esses filmes aqui para o Museu. Desde ontem, a temática diz muito do que temos tratado”, afirmou.

 

Ahmed Hassanen, 64, engenheiro civil espectador do evento, elogiou o festival após o fim do debate, que diz acompanhar desde a primeira edição. “Praticamente assisto quase todos os filmes. Não assisti hoje porque já tinha assistindo (as duas películas) antes. Esse ano, bateu recorde. Pela primeira vez, não está só em São Paulo”, disse ao site do ICArabe. A Mostra estreou aconteceu este ano também nas cidades do Rio de Janeiro, Vitória e Belo Horizonte.

 

Para o egípcio-brasileiro, que ressalta com orgulho ter conquistado a segunda nacionalidade brasileira, tem dado certo promover eventos no festival, relacionados à exibição dos filmes. “Cinema para a gente é sobremesa. As outras atividades têm política, outras coisas”, brincou.

 

Os Árabes e a 25 de Março

 

Filmes que integraram o Concurso de Cinema Os Árabes e a 25 de Março ganharam exibição na temporada da Mostra no Museu da Imigração, com debate com diretores na sexta-feira, dia 4. Foi uma conversa que abordou as mudanças que a famosa rua de comércio sofreu, desde os estabelecimentos árabes do início século 20, e da busca dos diretores pelos personagens que poderiam resgatar a história da imigração árabe na região.

 

Mediado pelo produtor executivo da Mostra, André Albregard, o bate-papo teve as presenças de Beatriz Senechal, diretora de "Arabescos, do Mascate ao Doutor", Gustavo Brandão, de "A Memória do Mundo Árabe", Zeca Miranda, de "O Cheiro de Zattar", e Mauricio Yasbek, de "Brimo".

 

André ressaltou a diversidade de visões e de linguagens cinematográficas que contaram, nesses filmes, a história da imigração árabe no Brasil, tendo como referência a Rua 25 de Março. “Foram 30 inscritos e 28 classificados. São vários pontos de vista que se complementam, desde a visão mais tradicional às narrativas mais contemporâneas.”

 

Beatriz Senechal, diretora de “Arabescos, do mascate ao doutor”, vencedor do concurso, contou que, por meio de aulas de dança do ventre, acabou se interessando em aprofundar-se na cultura árabe. “Meu trabalho de conclusão de curso da faculdade de Jornalismo havia sido uma primeira versão de “Arabescos”, era um filme um pouco mais longo, mais abrangente com relação ao tema. Com as aulas de dança do ventre, entrei em contato com este universo. Tinha a vontade de fazer um filme, interesse especial por este aspecto da história de São Paulo e pela cultura árabe. E depois fiz a releitura do filme para o Concurso.”

 

Gustavo Brandão, de "A Memória do Mundo Árabe", contou que foi atraído pelas chamadas do Concurso na Band TV. “Peguei minha câmera e fiz um estudo na 25 de Março. Voltei algumas vezes pra fazer imagem e buscar um personagem, só as imagens não queriam dizer nada. Conheci contato com um senhor da família Choffi que me recebeu , mas não quis gravar, apenas conversar. Mas essa conversa com ele me abriu os olhos, pensei em fazer um filme sobre essa coisa que deixou de existir, que só está na memória de um árabe, de um descendente. E aí fui buscar um personagem que topasse fazer esse resgate. Nessa procura acabei conhecendo o Paulo Sayeg, um grande artista, que adorava história.”

Gustavo contou que queria pedir para o artista desenhar enquanto dava o depoimento, mas a sugestão acabou vindo do próprio Sayeg. “Eu queria ter pedido e estava com vergonha. Ele é um cara tão fera que fez a sugestão.”

 

A busca pela história ideal causou em Zeca Miranda, diretor de "O Cheiro de Zattar", algumas surpresas. “Tinha acabado de checar em São Paulo, sou de Recife. Na minha inocência, eu achava que iria achar na 25 de Março um armarinho pequeno, com aquele velhinho árabe vendendo aquela peça de tecido. Fui em busca desse velhinho e quando cheguei lá vi que era algo completamente diferente. Vi que as lojas de tecido hoje são grandes lojas. Pesquisei um pouco mais e me dei conta de que a comida era um denominador comum pra contar histórias de diferentes povos. E foi assim que achei um empório e fiz uma mistura de ficção e realidade, o dia a dia da loja no meio daquele centro gigantesco. Quis mostrar a rotina da loja e à medida que fui filmando, fui vendo o conflito do próprio Daniel – o dono da loja hoje, a terceira geração da família: uma geração que começa a estudar e abandonar as atividades da geração anterior.”

Maurício Yasbek não precisou ir muito longe por inspiração. A trajetória de sua própria família - metade libanesa deu alma ao filme “Brimo”. “Meu pai tinha uma gravação de meu avô contando sua história Iniciei um trabalho de pesquisa e o filme acabou surgindo naturalmente, Acabei descobrindo que tinha um tio-avô e um primo de segundo grau que eram cineastas como eu e tinham feito filmes em São Paulo desde a década de 1950. O sucesso do meu avô, que veio para o Brasil e construiu uma família e sua vida aqui, é a história do filme.”

 

A 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema segue até o dia 12 setembro. Clique aqui e confira a programação e os horários.

 

 

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Postado em 08/09/2015

 

Apresentação acontecerá após exibição do filme palestino “Marte ao amanhecer”, como parte da programação integrada da Mostra.

 

A 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, que nesta edição promove o diálogo do cinema com outras formas de arte, terá nesta terça-feira, no Centro Cultural São Paulo, um evento especial: após a exibição do filme palestino “Marte ao amanhecer”, a Kiwi Companhia de Teatro apresentará “Três metros quadrados”, uma intervenção cênica com a atriz Fernanda Azevedo, que propõe um debate sobre violência de Estado e as resistências ao arbítrio, incorporando poesias do palestino Mahmoud Darwish.

 

Depois da apresentação, o diretor e pesquisador teatral Fernando Kinas participará do debate “Estética e resistência política”.

O filme:

 

Marte ao amanhecer

(Mars at sunrise)

 

Palestina, Canadá e EUA | 2013| 85 min. - 16 anos

Gênero: Ficção

Direção: Jessica Habie

Idioma: Árabe com legendas em português

Elenco: Ali Suliman, Guy Elhanan, Haale Gafori, Maisam Masri         

 

O filme narra o conflito entre dois artistas frustrados que residem em lados opostos das fronteiras militarizadas de Israel. Inspirado pela jornada criativa do renomado artista visual palestino exilado Hani Zurob e em histórias verídicas da região, o filme demonstra os sentimentos do poeta judeu norte-americano Azzadeh e o pintor palestino Khaled, para retratar uma vida marcada pelo conflito. Inédito no Brasil

 

Para a programação completa da Mostra, clique aqui.

Siga a Mostra no Facebook

 

Serviço:

 

O quê: “Três metros quadrados”, intervenção cênica com a Kiwi Companhia, na 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema

Quando: terça-feira, dia 8, às 19h, após a exibição do filme “Marte ao amanhecer”

Onde: Centro Cultural São Paulo - Rua Vergueiro, 1000 | Paraíso - 11.3397-4002

Lotação: Sala Paulo Emilio Salles Gomes (99 lugares)

Quanto: R$1,00 (taxa de manutenção, sem direito a meia-entrada) - a bilheteria será aberta somente no dia do evento, em seu horário de funcionamento (terça a sábado, das 13h às 21h30; e domingos, das 13h às 20h30) - os ingressos não estarão disponíveis pela internet: http://www.centrocultural.sp.gov.br/programacao_cinema_2.html

 

Convite no Facebook https://www.facebook.com/events/683992401700843/

 

 

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Postado em 07/09/2015

 

Mironga convida o grupo Mawaca com o show “Inquilinos do Mundo” terá discotecagem de Leandro Pardí (Pardieiro) e celebrará um mês de cinema, música, teatro e literatura que a décima edição da Mostra levou ao público de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória.

 

A 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema terá, no próximo sábado, 12 de setembro, a partir das 23h, sua festa de encerramento, “Mironga convida o grupo Mawaca com o show “Inquilinos do Mundo”, com discotecagem de Leandro Pardí (Pardieiro).


“Inquilinos do mundo” é o sétimo projeto do Mawaca e apresenta as melodias e ritmos dos povos nômades, refugiados, exilados e ciganos que atravessaram fronteiras, carregando na memória suas lembranças, verdadeiros relicários sonoros mesclados a elementos musicais de diferentes culturas e lugares. Uma viagem sonora fascinante!

O Mawaca é um grupo que pesquisa que recria a música das mais variadas partes do mundo. É formado por um grupo vocal que interpreta canções em mais de quinze línguas e as cantoras são acompanhadas por um grupo instrumental acústico, com acordeom, violoncelo, flauta, sax soprano e contrabaixo, além dos instrumentos de percussão, como as tablas indianas, derbak árabe, djembé africano, berimbau, vibrafone e pandeirões do Maranhão. O repertório é formado por músicas de tradições como a japonesa e a irlandesa; de países distantes entre si, como Finlândia e Japão, África Central e Indonésia, regiões diferentes como Oriente Médio e Península Ibérica. São temas ancestrais que possibilitam a pesquisa de sonoridades múltiplas revelando as características étnicas locais buscando sempre estabelecer inter-relações com a música brasileira.

Leandro Pardí (Pardieiro)

A Pardieiro Cultural é um grupo de produção cultural e comunicação digital organizado nos princípios do cooperativismo, desenvolvendo seus trabalhos a partir de uma perspectiva transdisciplinar e fomentando redes de articulação. Trabalha pela difusão da cultura brasileira, com um olhar atento às manifestações artísticas e culturais de nossos vizinhos latino-americanos.

Para conhecer a programação da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, clique aqui


Serviço:

O quê: Festa Mironga convida o grupo Mawaca com o show “Inquilinos do Mundo”

Quando: sábado, 12 de setembro, às 23h

Onde: Jongo Reverendo - Rua Inácio Pereira da Rocha, 170 - Vila Madalena - 11 2769-0059

Quanto: R$15 - lista@jongoreverendo.com.br ou R$25 na porta

Faixa etária: 18 anos

Convite no Facebook https://www.facebook.com/events/391601504380011/

 

 

 

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Postado em 07/09/2015

 

Diretores dos filmes que participaram do Concurso de Cinema Os Árabes e a 25 de Março e as historiadoras Heloísa Dib e Silvia Antibas conversaram com o público.

 

Dois debates promovidos pela 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema no Museu da Imigração abordaram a trajetória dos imigrantes árabes no Brasil e a importância de preservar esta rica história.

 

No último sábado (5), o Museu recebeu as historiadoras Heloísa Dib, diretora administrativa do ICArabe, e Silvia Antibas para o debate “Imigração Árabe e suas formas de expressão”.

 

A conversa aconteceu no auditório do Museu, após a exibição dos filmes “Xenos” e “Escola de Babel”. O primeiro trata da história de refugiados palestinos e o segundo, de crianças asiladas na França aprendendo na escola o idioma do país. As historiadoras falaram, entre outros temas, sobre a dificuldade dos refugiados aprenderem uma nova língua no país que os acolhe e da diferença entre gerações da imigração árabe-brasileira.

 

“Muitos dessa 2ª geração (filhos dos imigrantes que vieram para o país no final do século XIX) não falam árabe, porque há uma necessidade de imersão total no país. (Os pais) matriculavam os filhos em escolas normais e davam nomes brasileiros”, analisou Heloísa Dib.

 

Já para Silvia Antibas, o aprendizado da língua no Brasil é um problema atual. “Como vamos ensinar se (os imigrantes) acabam se espalhando (pelo território)? (O ensino) acabou se concentrando nas mesquitas e na igreja ortodoxa”, disse.

 

Segundo ela, há diferença entre as gerações da imigração árabe para o Brasil assim como nas histórias dos filmes exibidos antes do debate. “Vinham (a partir do final do século XIX) para ficar e tentar uma melhor situação econômica. Hoje em dia é diferente, eles já estão estabelecidos (em seus países) e vêm fugindo”, afirmou. “No segundo filme, são imigrantes acolhidos. No primeiro, tentam sobreviver”.

 

Heloísa Dib ainda falou sobre a importância de inserir os imigrantes no mercado de trabalho no Brasil, o que é difícil. “Chega alguém que não fala inglês, apenas árabe, formado como técnico de informática. Fica muito complicado. Se ainda houvesse mais empresas (do gênero no Brasil, seria mais fácil).” Para ela, também é preciso adaptar os jovens, que muitas vezes largam o estudo para fugirem de seus países de origem. Áreas de trabalho como a gastronomia têm servido de alternativa de sobrevivência para imigrantes.

 

Já mediadora do debate e profissional de Relações Institucionais do Museu do Imigrante, Tatiana Waldman, criticou a noção de que a Europa apenas passa por uma crise migratória, com os refugiados sírios, além de outros. “A mídia é muito tendenciosa, dos 10 milhões de refugiados da Síria, quantos estão na Europa? Será que a crise é europeia?”, questionou. “A maioria dos países que os acolhem são fronteiriços”. Ela também falou sobre as tentativas de chegar à Europa pelo mar, que muitas vezes fracassam e resultam em mortes, como a do menino Aylan Kurdi, repercutida recentemente pela imprensa mundial. “É morrer na terra ou no mar. Não se sabe o que pode acontecer com o navio.”

 

Também jurista e especialista em Direitos Humanos, Tatiana ainda agradeceu a parceria do ICArabe com o Museu. “(Quero) agradecer a Mostra Mundo Árabe de Cinema pela oportunidade de trazer esses filmes aqui para o Museu. Desde ontem, a temática diz muito do que temos tratado”, afirmou.

 

Ahmed Hassanen, 64, engenheiro civil espectador do evento, elogiou o festival após o fim do debate, que diz acompanhar desde a primeira edição. “Praticamente assisto quase todos os filmes. Não assisti hoje porque já tinha assistindo (as duas películas) antes. Esse ano, bateu recorde. Pela primeira vez, não está só em São Paulo”, disse ao site do ICArabe. A Mostra estreou aconteceu este ano também nas cidades do Rio de Janeiro, Vitória e Belo Horizonte.

 

Para o egípcio-brasileiro, que ressalta com orgulho ter conquistado a segunda nacionalidade brasileira, tem dado certo promover eventos no festival, relacionados à exibição dos filmes. “Cinema para a gente é sobremesa. As outras atividades têm política, outras coisas”, brincou.

 

Os Árabes e a 25 de Março

 

Filmes que integraram o Concurso de Cinema Os Árabes e a 25 de Março ganharam exibição na temporada da Mostra no Museu da Imigração, com debate com diretores na sexta-feira, dia 4. Foi uma conversa que abordou as mudanças que a famosa rua de comércio sofreu, desde os estabelecimentos árabes do início século 20, e da busca dos diretores pelos personagens que poderiam resgatar a história da imigração árabe na região.

 

Mediado pelo produtor executivo da Mostra, André Albregard, o bate-papo teve as presenças de Beatriz Senechal, diretora de "Arabescos, do Mascate ao Doutor", Gustavo Brandão, de "A Memória do Mundo Árabe", Zeca Miranda, de "O Cheiro de Zattar", e Mauricio Yasbek, de "Brimo".

 

André ressaltou a diversidade de visões e de linguagens cinematográficas que contaram, nesses filmes, a história da imigração árabe no Brasil, tendo como referência a Rua 25 de Março. “Foram 30 inscritos e 28 classificados. São vários pontos de vista que se complementam, desde a visão mais tradicional às narrativas mais contemporâneas.”

 

Beatriz Senechal, diretora de “Arabescos, do mascate ao doutor”, vencedor do concurso, contou que, por meio de aulas de dança do ventre, acabou se interessando em aprofundar-se na cultura árabe. “Meu trabalho de conclusão de curso da faculdade de Jornalismo havia sido uma primeira versão de “Arabescos”, era um filme um pouco mais longo, mais abrangente com relação ao tema. Com as aulas de dança do ventre, entrei em contato com este universo. Tinha a vontade de fazer um filme, interesse especial por este aspecto da história de São Paulo e pela cultura árabe. E depois fiz a releitura do filme para o Concurso.”

 

Gustavo Brandão, de "A Memória do Mundo Árabe", contou que foi atraído pelas chamadas do Concurso na Band TV. “Peguei minha câmera e fiz um estudo na 25 de Março. Voltei algumas vezes pra fazer imagem e buscar um personagem, só as imagens não queriam dizer nada. Conheci contato com um senhor da família Choffi que me recebeu , mas não quis gravar, apenas conversar. Mas essa conversa com ele me abriu os olhos, pensei em fazer um filme sobre essa coisa que deixou de existir, que só está na memória de um árabe, de um descendente. E aí fui buscar um personagem que topasse fazer esse resgate. Nessa procura acabei conhecendo o Paulo Sayeg, um grande artista, que adorava história.”

Gustavo contou que queria pedir para o artista desenhar enquanto dava o depoimento, mas a sugestão acabou vindo do próprio Sayeg. “Eu queria ter pedido e estava com vergonha. Ele é um cara tão fera que fez a sugestão.”

 

A busca pela história ideal causou em Zeca Miranda, diretor de "O Cheiro de Zattar", algumas surpresas. “Tinha acabado de checar em São Paulo, sou de Recife. Na minha inocência, eu achava que iria achar na 25 de Março um armarinho pequeno, com aquele velhinho árabe vendendo aquela peça de tecido. Fui em busca desse velhinho e quando cheguei lá vi que era algo completamente diferente. Vi que as lojas de tecido hoje são grandes lojas. Pesquisei um pouco mais e me dei conta de que a comida era um denominador comum pra contar histórias de diferentes povos. E foi assim que achei um empório e fiz uma mistura de ficção e realidade, o dia a dia da loja no meio daquele centro gigantesco. Quis mostrar a rotina da loja e à medida que fui filmando, fui vendo o conflito do próprio Daniel – o dono da loja hoje, a terceira geração da família: uma geração que começa a estudar e abandonar as atividades da geração anterior.”

Maurício Yasbek não precisou ir muito longe por inspiração. A trajetória de sua própria família - metade libanesa deu alma ao filme “Brimo”. “Meu pai tinha uma gravação de meu avô contando sua história Iniciei um trabalho de pesquisa e o filme acabou surgindo naturalmente, Acabei descobrindo que tinha um tio-avô e um primo de segundo grau que eram cineastas como eu e tinham feito filmes em São Paulo desde a década de 1950. O sucesso do meu avô, que veio para o Brasil e construiu uma família e sua vida aqui, é a história do filme.”

 

A 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema segue até o dia 12 setembro. Clique aqui e confira a programação e os horários.

 

 

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Postado em 03/09/2015

 

 

Soraya Smaili e Arturo Hartmann conversaram com o público que compareceu ao Centro Cultural São Paulo nesta quarta-feira, 2, para assistir ao filme sobre o intelectual palestino Edward Said.

 

A idealizadora da Mostra Mundo Árabe de Cinema e reitora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Soraya Smaili, conversou com o público que esteve no Centro Cultural São Paulo para assistir ao filme “Nós e os outros: Um retrato de Edward Said”, nesta quarta-feira, dia 2.

 

No bate-papo, Soraya falou sobre os 10 anos da Mostra e a obra do intelectual e ativista palestino Edward Said, inspirador e patrono do Instituto da Cultura Árabe. “É o último filme em que ele aparece desde a concepção até o seu final. Trata de sua vida, de como fez suas viagens internas, em sua descoberta como intelectual e engajado na questão palestina”, afirmou Soraya.

 

Morto em 2003 e alvo de críticas na imprensa, o pensador serviu de motivação, juntamente à repercussão dos atentados às torres gêmeas em 2001, para a criação do ICArabe. O Instituto foi idealizado em 2003 e criado no ano seguinte com o objetivo de promover a cultura árabe no Brasil e combater estereótipos. “Said fez uma desconstrução do orientalismo”, disse Soraya, sobre a mobilização do estudioso contra o pensamento implantado pela mídia de um modelo idealizado dos árabes que contribuiu para construir os consensos que permitem e legitimam atrocidades cometidas pelas grandes potências no Oriente Médio. Israel serve-se do mesmo artifício para submeter de maneira brutal os palestinos dentro e fora do seu território.

 

Said é autor do livro “Orientalismo”, que aborda esse processo de construção.
A obra é dividida em três partes: na primeira, o autor trata do alcance do orientalismo, na segunda, das estruturas do mesmo e no terceiro, do orientalismo na atualidade. Apesar de ter sido publicado na década de 1970, “Orientalismo” é uma obra fundamental na atualidade para compreendermos como o Ocidente inventou o Oriente.

Soraya também contou como o intelectual serviu de inspiração para a sua própria vida. “O Said me trouxe a consciência de que o verdadeiro intelectual é engajado. Na academia, o engajamento muitas vezes não é bem visto”, refletiu.

 

Ela falou ainda sobre a dificuldade de se colocar em prática a Mostra Mundo Árabe de Cinema, que teve sua primeira exibição em 2005 com o nome “Ciclo de Cinema Árabe”, e de como a Mostra tem sido bem sucedida em apresentar a cultura árabe aos brasileiros. “Talvez o cinema seja a forma mais rápida de assimilarmos semelhanças”.

 

Soraya também explicou que a curadoria das edições da Mostra teve objetivos específicos, como a 3ª edição, por exemplo, que procurou mostrar o trabalho de diretoras árabes, e a 4ª, que explorou a mistura entre cinema e poesia. A partir da 8ª edição, Geraldo Adriano Godoy de Campos assumiu a curadoria.

 

Diretor de Comunicação e Imprensa do ICArabe, Arturo Hartmann também participou do debate e falou sobre a importância de quebrar, por meio da Mostra, estereótipos utilizados ao se discutir temas árabes. “Especificamente, a questão palestina é muito dessa forma. Eles brigam porque é (por um motivo) religioso, brigam há milênios, todos esses mitos que vão sendo criados e seguem uma visão racional”, afirmou.

 

Para a estudante de letras Maria Carolina, 27, que assistiu ao debate, o cinema funciona como uma forma de atrair o público brasileiro para a cultura árabe. “Você traz o Edward Said em um filme, isso é muito importante para que o público brasileiro tenha interesse em ir atrás desses autores.”

 

Já a jornalista e cinéfila Célia Leal, 61, afirmou ter ficado empolgada com o debate. “Super esclarecedor, aprendi muita coisa que não conhecia sobre os países árabes. Fiquei super interessada, sou apaixonada por cinema, mas conheço muito pouco sobre o cinema árabe. Fiquei estimulada”, disse.

 

A 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema segue até o dia 12 setembro. Clique aqui e confira a programação e os horários.

 

 

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Postado em 03/09/2015

 

 

De 5 a 12 de setembro, o Cine Olido, no Centro de São Paulo, receberá a programação da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, que entra em sua reta final.

 

Um dos destaques será o debate “Cinema e Memória”, com o jornalista e documentarista Arturo Hartmann, diretor de comunicação do ICArabe e codiretor do filme “Sobre Futebol e Barreiras”, após a exibição dos filmes “Área Livre”, “Muros”, “Um menino, um muro e um burro” e “Pedra de Salomão”.

 

A programação completa da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema e sinopses dos filmes estão aqui

 

Para saber mais sobre a Mostra, acesse também a página do Facebook e confirme presença no evento.

 

PROGRAMAÇÃO INTEGRADA

“Cinema e Memória”

Cine Olido, São Paulo

10 de setembro, quinta, às 20h15

Um debate com o jornalista e documentarista Arturo Hartmann, diretor de comunicação do ICArabe e codiretor do filme “Sobre Futebol e Barreiras”, após a exibição dos filmes “Área Livre”, “Muros”, “Um menino, um muro e um burro” e “Pedra de Salomão”.

 

GRADE DE PROGRAMAÇÃO

Sábado, 5 de setembro

17h – Cairo Drive

 

Domingo, 6 de setembro

 

15h – Festival Pan-Africano da Argel

 

Terça, 8 de setembro

19h – Que teus olhos sejam atendidos

 

Quinta, 10 de setembro

15 – Yema

19h – Sessão Curta Fronteiras 2: Área Livre | Muros | Um menino, um muro e um burro | A Pedra de Salomão

20h15 – Mesa de Debate “Cinema e Memória

 

Sexta, 11 de setembro

19h – A Escola de Babel

 

Sábado, 12 de setembro

15h – Próxima Estação Musical: Marrocos

 

 

Serviço:

Cine Olido

Avenida São João, 473 - Centro, São Paulo - SP, 01035-000 - Próximo das estações República, Anhangabaú e São Bento do metrô
(11) 3331-8399 e 3397-0171

R 1,00 e R0,50

Realizadores: Instituto da Cultura Árabe, CineSesc, Sesc-ES, Centro Cultural Banco do Brasil-SP, Centro Cultural Banco do Brasil-BH e Prefeitura da Cidade de São Paulo

Correalização: Biblioteca Mário de Andrade e Centro Cultural São Paulo

Apoio Cultural: Cinemateca da Embaixada da França e MC Distribution

Apoio Institucional: MAD Solutions

www.icarabe.org

 

 

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Postado em 02/09/2015

 

Na programação, as historiados Heloisa Dib e Silvia Antibas conversam com o público, no dia 5, após a exibição dos filmes “Xenos” e “Escola de Babel”.

 

No dia 4 de setembro será a vez do Museu da Imigração receber a 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema.

Este ano, o Museu da Imigração passou a ser parceiro da Mostra Mundo Árabe e, além de exibir curtas que participaram do concurso Os Árabes e a 25 de Março, o Museu sediará um debate sobre imigração, com as historiadoras Silvia Antibas e Heloísa Dib, após a exibição dos filmes “Xenos” e “A Escola de Babel”. A Mostra, desta forma, consolida-se como um espaço de reflexão para as dimensões históricas contemporâneas da questão da migração árabe ao Brasil.

 

A programação completa da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema você encontra aqui

Para saber mais sobre a Mostra, acesse também a página do Facebook.

 

PROGRAMAÇÃO INTEGRADA

 

4 de setembro, sexta, 16h

Sessão Curta 25

Exibição do vencedor do Concurso de Cinema “Árabes e a 25 de março”, “Arabesco: do mascate ao doutor”, e de outros destaques do projeto – seguido de bate papo com diretores dos filmes.

 

5 de setembro, sábado, 16h

Debate “Imigração árabe e suas formas de expressão”

Debate com as historiadoras Silvia Antibas e Heloísa Dib após a exibição dos filmes Xenos e A Escola de Babel (os filmes serão exibidos a partir das 14h)

 

GRADE DE PROGRAMAÇÃO

4 de setembro

16h: Exibição de "Arabescos: do mascate ao doutor", vencedor do Concurso de Cinema "Os Árabes e a 25 de Março" e outros destaques do projeto.

17h: Sessão curta 25 - Bate-papo com os diretores dos filmes

 

5 de setembro

14h: Exibição dos filmes “Xenos” e “A Escola de Babel”

16h: Mesa de Debate: Imigração Árabe e Suas Formas de Expressão.

 

6 de setembro, às 15h

Exibição do filme “Maqams: Melodias de Alepo”.

 

Serviço:

 

Museu da Imigração

Rua Visconde de Parnaíba, 1316, Mooca, São Paulo/SP - CEP: 03164-300 – tel.: (11) 2692-1866 museudaimigracao@museudaimigracao.org.br

Funcionamento funciona de terça a sábado, das 9h às 17h, e aos domingos das 10h às 17h. Quinzenalmente, às sextas-feiras, o MI oferece visitação noturna com entrada gratuita, ampliando seu horário de atendimento até as 21h. Confira os dias na agenda do site http://museudaimigracao.org.br/o-museu/informacoes/

Grátis. 

 

Realizadores: Instituto da Cultura Árabe, CineSesc, Sesc-ES, Centro Cultural Banco do Brasil-SP, Centro Cultural Banco do Brasil-BH e Prefeitura da Cidade de São Paulo

Correalização: Biblioteca Mário de Andrade e Centro Cultural São Paulo

Apoio Cultural: Cinemateca da Embaixada da França e MC Distribution

Apoio Institucional: MAD Solutions

www.icarabe.org

 

 

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Postado em 01/09/2015

 

 

Iniciada em 12 de agosto em São Paulo e tendo percorrido as cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória, a 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema chega nesta terça-feira, dia 1º de setembro, ao Centro Cultural São Paulo. A Mostra acontece até 12 de setembro, realizada pelo Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), em parceria com o Sesc-SP, o Sesc-Glória (Espírito Santo), o Centro Cultural Banco do Brasil e o Centro Cultural São Paulo.

 

Esta edição é a maior já promovida, com uma programação de mais de 30 filmes e diversas atividades abertas ao público. No CCSP, além dos filmes, o destaque fica para o bate-papo “10 anos da Mostra Mundo Árabe e a importância de Edward Said”, com Soraya Smaili, na quarta-feira, dia 2.

 

A reitora da Unifesp e idealizadora da Mostra Mundo Árabe de Cinema fará um balanço dos 10 anos do evento, após a exibição do filme “Selves and others – Um Retrato de Edward Said”, produção que integrou a primeira edição da Mostra e que aborda as reflexões do intelectual palestino que inspirou a criação do Instituto da Cultura Árabe.

 

Soraya Smaili

Reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Graduada pela USP, fez mestrado e doutorado pela Unifesp, na Escola Paulista de Medicina, e pós-doutorado na Thomas Jefferson University e no National Institutes of Health, EUA. Foi também secretária Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), junto à qual atuou em várias atividades científicas e culturais. Participou da fundação do Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), tendo sido a primeira presidente. Ali, desde 2005, organizou e realizou a curadoria das Mostras de cinema do ICArabe.

 

A programação completa da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema está aqui.

 

Para saber mais sobre a Mostra, acesse também a página do Facebook

https://www.facebook.com/pages/Mostra-Mundo-%C3%81rabe-de-Cinema/329005973932264?fref=ts

 

PROGRAMAÇÃO INTEGRADA

CCSP – São Paulo

02 de setembro, quarta-feira, às 19h30,

A idealizadora da Mostra Mundo Árabe de Cinema faz um balanço dos 10 anos do evento.

 

GRADE DE PROGRAMAÇÃO

Terça-feira, dia 01/09/2015

20h – São Eles os Cães

 

Quarta-feira, dia 02/09/2015

19h30 – Nós e os outros: um retrato de Edward Said – 10 Anos da Mostra e a Importância de Edward Said, com Soraya Smaili

 

Quinta-feira, dia 03/09/2015

20h – O Sonho de Sherazade

 

Sexta-feira, dia 04/09/2015

20h – Área Livre | O aniversário de Laila

 

Sábado, dia 05/09/2015

20h – Theeb

 

Domingo, 06/09/2015

20h – Atlantic

 

Segunda-feira, dia 07/09/2015

20h – Yema

 

Terça-feira, 08/09/2015

20h – Marte ao amanhecer + Intervenção cênica + debate – Cia.Kiwi

 

Serviço:

Centro Cultural São Paulo

Rua Vergueiro, 1000 | Paraíso

11.3397-4002

Sala Paulo Emilio Salles Gomes (99 lugares)
R$1,00 (taxa de manutenção, sem direito a meia-entrada) - a bilheteria será aberta somente no dia do evento, em seu horário de funcionamento (terça a sábado, das 13h às 21h30; e domingos, das 13h às 20h30) - os ingressos não estarão disponíveis pela internet

http://www.centrocultural.sp.gov.br/programacao_cinema_2.html

 

 

 

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Postado em 31/08/2015

Cláudio, Raoul e Júnior: união das culturas. Foto: Luiza Barufi

 

 

Para encerrar as duas semanas de atividades, a 10ª edição da Mostra Mundo Árabe de Cinema trouxe a Belo Horizonte a apresentação musical Latino-Árabe, que impressionou e emocionou os espectadores que lotaram a sala do CCBB BH na noite de sábado, 29 de agosto.

 

O “Duo 156 cordas”, formado pelo brasileiro Cláudio Kairouz e pelo tunisiano Raouf Jemni tocou o secular Qanoun e encantou a plateia. O palco também teve a presença do violonista brasileiro Júnior Pita, especialista em música brasileira, choro e samba, tocando violão de sete cordas. Coroando a apresentação, a cineasta Nirah Shirazipour fez uma participação especial com uma poesia de sua autoria.

 

Cláudio explicou que o Qanoun data do século X e teria sido criado por um filósofo árabe. “É como se fosse o bisavô do piano, é o piano por dentro. O instrumento possui 78 cordas, por isso o nome do Duo é 156 cordas”, conta. A primeira peça apresentada na noite foi composta pelo jovem músico da Tunísia, Raouf Jemni. “Ele é muito conceituado em seu país e é uma honra muito grande para nós tê-lo aqui. Essa primeira peça de autoria dele tem uma estrutura fixa erudita. É uma melodia tradicional do folclore egípcio”, contou o músico brasileiro.

 

Para finalizar, a peça final teve a união das culturas brasileira e árabe em uma mesclagem de uma música folclórica tradicional da Tunísia, fechando com algumas composições brasileiras. O público acompanhou na voz e nas palmas o choro “Asa Branca”, de autoria de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. “Nada melhor que unir culturas com a música. Com essa união temos hoje aqui no palco o violonista Júnior Pita, especialista em música brasileira, eu, que estudei e me aprofundei na música árabe, e a presença de Raouf, representando o mundo árabe”, finalizou Cláudio Kairouz. Todo o repertório tocado foi montado originalmente para a Mostra Mundo Árabe de Cinema.

 

O estudante de artes visuais e artista de rua, Gabriel Dias, ficou maravilhado com a apresentação, “Gostei muito e fiquei impressionado com a pouca idade do Raouf, ele é muito bom”, comenta.

 

Para a professora de língua árabe, Najwa Safarcif, que é de origem síria e atualmente mora em Belo Horizonte, a peça fechou com chave de ouro a programação, “Foi lindo. Já assisti a alguns filmes da Mostra, mas hoje fiquei emocionada. Este instrumento é emocionante, e é árabe mesmo”.

 

Para conhecer a programação completa da Mostra, clique aqui.

 

 

 

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Postado em 24/08/2015

 

27 de agosto, quinta-feira, 21h, no Centro Cultural Banco do Brasil – SP

 

Debate "A presença árabe na obra de Jorge Amado", com Jair Marcatti e Jesse Jorge.

 

Após a exibição do filme "Paraíso dos anjos caídos" (19h30), filme baseado na obra “A morte e a morte de Quincas Berro D´água”, de Jorge Amado, o Professor Jair Marcatti falará ao público, com comentários do Professor Jesse Jorge.

 

O filme:

Paraíso dos anjos caídos

(Fallen Angels Paradise)

Egito | 1999| 80 min. - 16 anos

Gênero: Ficção

Direção: Luiz Fernando Carvalho

Idioma: Árabe com legendas em português

Um homem sem-teto morre de overdose em um popular bairro do Cairo. Ele foi um marido ideal e representava a segurança da sua família. Então, um dia, tudo mudou. Logo após sua morte, seus amigos do submundo arrastaram seu corpo por todo lado para uma noite inteira de loucura, bebedeira e situações alucinantes. Um jogo com a morte em que o morto torna-se mais vivo do que os vivos e onde os anjos caídos vivem de acordo com suas próprias regras, leis e desejos no caos da capital egípcia. O filme é baseado na obra “A morte e a morte de Quincas Berro D´água”, de Jorge Amado.

 

O convidado:

Jair Marcatti

Sociólogo e historiador, professor do curso de Relações Internacionais da ESPM. Pesquisador  da cultura brasileira em suas várias e diferentes manifestações, com destaque especial para as expressões literárias e musicais brasileiras, Coordenador do Observatório de Economia Criativa (O.E.C.) da ESPM. Curador do projeto Imagens do Brasil Profundo, que se realiza na Biblioteca Mario de Andrade em São Paulo.

 

Serviço:

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo – Cinema (70 lugares) 

Rua Álvares Penteado 112, Centro – São Paulo (próximo às estações do metrô Sé e São Bento)

Telefone: (11) 3113.3651/52

Funcionamento: quarta a segunda, das 9h às 21h

Ingressos: R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia)

www.bb.com.br/cultura

www.twitter.com/ccbb_sp  

www.facebook.com/ccbbsp

 

Acesso e facilidades para deficientes físicos // Ar-condicionado // Cafeteria Cafezal // Estacionamento conveniado: Estapar Estacionamentos - Rua da Consolação, 228 (Edifícios Zarvos) R$ 15,00 pelo período de 5 horas. Necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB. Transporte gratuito até as proximidades do CCBB – embarque e desembarque na Rua da Consolação, 228 (Edifício Zarvos) e na  Rua da Quitanda, nas proximidades do CCBB. No trajeto de volta tem parada no metrô República.

 

 

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Postado em 22/08/2015

 

Depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, Vitória (ES) receberá, na próxima terça-feira, 25, a 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema. A Mostra é realizada pelo Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), em parceria com o Sesc-SP, o Sesc-ES, o Centro Cultural Banco do Brasil, o Centro Cultural São Paulo e a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

 

Esta edição é a maior já realizada, com uma programação de mais de 30 filmes e diversas atividades abertas ao público, como debates com convidados nacionais e internacionais e encontros musicais em quatro cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória (veja abaixo a programação de Vitória).

 

As atividades integradas serão a apresentação musical Latino-Árabe, no dia 25, na abertura, com Cláudio Qairouz (qanoun), o tunisiano Raouf Jemni (qanoun) e Júnior Pita (violão de sete cordas), com repertório montado originalmente para a Mostra Mundo Árabe de Cinema, antes da exibição do filme “Sotto Voce”, e um encontro com Nirah Shirazipour, produtora de “Marte ao Amanhecer”, após a exibição do filme, em 26 de agosto.

 

Inédito no Brasil “Sotto Voce”, do diretor marroquino Kamal Kamal, lida com os sentimentos e os sentidos dentro de uma realidade complexa, um retrato simbólico de uma região que passa por um momento de impasse e de extrema violência política. Por meio de uma sensibilidade aguda, transitando entre o subjetivo e o político, os projetos são colocados em xeque. O filme é a jornada de uma região por suas complexidades, permeada por música de Kamal Kamal, que também é compositor.

 

Também inédito, o filme “Marte ao Amanhecer” (Palestina/Canadá/EUA) narra o conflito entre dois artistas frustrados que residem em lados opostos das fronteiras militarizadas de Israel. Inspirado pela jornada criativa do renomado artista visual palestino exilado Hani Zurob e em histórias verídicas da região, o filme demonstra os sentimentos do poeta judeu norte-americano Azzadeh e o pintor palestino Khaled, para retratar uma vida marcada pelo conflito. 

 

A programação em Vitória também receberá duas produções do Iêmen: “Indignação não tem muros”, que concorreu ao Oscar no ano passado na categoria Curta Documentário, e “A casa das amoreiras”, ambos da diretora Sara Ishaq. O documentário retrata as revoltas populares naquele país a partir das vidas de dois pais de família em meio à repressão violenta aos protestos de 18 de março de 2011, quando atiradores pró-governo assassinaram brutalmente 53 pessoas e deixaram milhares feridos.

 

A programação completa da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema está no site.

Para saber mais sobre a Mostra, acesse também a página do Facebook.

  

GRADE DE PROGRAMAÇÃO

 

Vitória: 25 a 30/08/2015

 

Terça-feira, dia 25/08/2015

19h30 – Coquetel

20h10 – Encontro Musical Latino-Árabe: Cláudio Kairouz, Raouf Jemni e Junior Pita

21h – Abertura

21h15 – Sotto Voce

 

Quarta-feira, dia 26/08/2015

18h30 – Marte ao amanhecer

19h45 – Bate-papo com Nirah Shirazizpour

21h – Paraíso dos anjos caídos

 

Quinta-feira, dia 27/08/2015

18h30 – Estreito Fragmento da Meia-Noite 

20h30 – Cairo Drive

 

Sexta-feira, dia 28/08/2015

18h30 – Indignação não tem muros | A casa das amoreiras 

20h30 – Área Livre | O aniversário de Laila

 

Sábado, dia 29/08/2015

15h – Paraíso dos Anjos Caídos

17h- Área Livre + O aniversário de Laila

18h30 – Atlantic

20h30 – Ghadi

 

Domingo, dia 30/08/2015

15h – Sotto Voce

17h – Marte ao amanhecer

18h30 – O Mar de Outrora

20h30 – Próxima Estação Musical: Marrocos

  

PROGRAMAÇÃO INTEGRADA

25 de agosto, sexta, 19h30

Apresentação Musical Latino-Árabe 

Abertura com exibição de “Sotto Voce”, antecedida de coquetel e apresentação musical latino-árabe com Cláudio Qairouz (qanoun), o tunisiano Raouf Jemni (qanoun) e Júnior Pita (violão de sete cordas), com repertório montado originalmente para a Mostra Mundo Árabe de Cinema.

 

26 de agosto, sexta, 19h45

Bate-papo com Nirah Shirazipour

A produtora de “Marte ao Amanhecer” conversa com o público após a exibição de seu filme.

 

Serviço:

 

10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema

Sesc-ES – Vitória – de 25 a 30 de agosto

Av. Jerônimo Monteiro, 428 | Centro

Telefones: 27.3223-0720 ou 3232-4750

Centro Cultural Sesc Glória

Salas cinema:

Cariê Lindemberg – 2º andar

Marien Calixte – 3º andar

Ingressos:

R$ 6,00 (inteira)

R$ 3,60 (conveniado e comerciante)

R$ 3,00 (meia e comerciante)

 

Contato:  27 3232-4750 /

Email: cinema@es.sesc.com.br

www.sesc-es.com.br

 

Realizadores: Instituto da Cultura Árabe, CineSesc, Sesc-ES, Centro Cultural Banco do Brasil-SP, Centro Cultural Banco do Brasil-BH e Prefeitura da Cidade de São Paulo

Correalização: Biblioteca Mário de Andrade e Centro Cultural São Paulo

Copatrocínio: Câmara de Comércio Árabe-Brasileira

Apoio Cultural: Cinemateca da Embaixada da França e MC Distribution

Apoio: Saj, Folha de Uva e Arabia

Apoio Institucional: MAD Solutions

www.icarabe.org

 

 

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Postado em 19/08/2015

 

Na abertura da Mostra no Rio, o jornalista e documentarista Arturo Hartmann fala sobre a atualidade da questão palestina e suas representações, após sessão conjunta dos filmes “Área Livre” e “A ira da tartaruga”.

 

O diálogo do cinema com outras artes, como a literatura, a música e o teatro na construção da crítica política de nosso tempo é o fio condutor da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, que começou em 12 de agosto em São Paulo e que chega neste dia 19 ao Centro Cultural Banco do Brasil – Rio de Janeiro. A Mostra é realizada pelo Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), em parceria com o Sesc-SP, o Sesc-ES, o Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo, o Centro Cultural Banco do Brasil – Belo Horizonte, o Centro Cultural São Paulo e a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

 

Esta edição é a maior já realizada, com uma programação de mais de 30 filmes e diversas atividades abertas ao público, como debates com convidados nacionais e internacionais e encontros musicais em quatro cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória (veja abaixo a programação do Rio).

 

A abertura no CCBB-Rio terá o debate “Representações, fronteira e território”, na Sessão Cinema Palestino, com o jornalista e documentarista Arturo Hartmann, diretor de Comunicação do ICArabe e codiretor do documentário "Sobre Futebol e Barreiras", filmado em Palestina/Israel.

 

A atividade será um debate sobre o tema da fronteira, das barreiras que se levantam em países árabes. Tendo como gancho a sessão com os filmes “Área Livre” e “A ira da tartaruga”, serão abordadas as representações no cinema do impacto político e subjetivo da elaboração que se faz nas fronteiras no contexto do Oriente Médio. “No Líbano e em Palestina/Israel, ou na elaboração do tema em outros filmes da Mostra, como "Sotto Voce", veremos o que significa a presença militar e de divisão para as sociedades do levante. Aí se encaixa também o impedimento de retorno aos palestinos, com o exílio ou o campo de refugiados como a ilha de território do eterno fora de lugar”, ressalta Arturo.

 

Além dos filmes da abertura, destaca-se a produção marroquina inédita no Brasil “Sotto Voce”, do diretor marroquino Kamal Kamal. “Sotto Voce” lida com os sentimentos e os sentidos dentro de uma realidade complexa, um retrato simbólico de uma região que passa por um momento de impasse e de extrema violência política. Por meio de uma sensibilidade aguda, transitando entre o subjetivo e o político, os projetos são colocados em xeque. O filme é a jornada de uma região por suas complexidades.

 

Também inédito, “Theeb” (Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Reino Unido), com direção de Abu Nowar, é a nova leitura de uma época longínqua, quando os otomanos governavam a região e os britânicos começavam a entrar como os novos dominadores. Através da jornada de um menino que enxerga uma nova paisagem, este filme jordaniano mostra o conhecido modificado pela locomotiva, no momento da abertura da região árabe para o que viria a ser sua tragédia contemporânea. O filme participou do Festival Internacional de Cinema de Dubai em 2014 e foi vencedor do Grande Prêmio do Tangiers National Film Festival.

 

10 anos de cinema árabe no Brasil

 

Referência como evento cinematográfico, a Mostra Mundo Árabe de Cinema consagra-se em 2015 como evento internacional, aproximando o público da produção cinematográfica do mundo árabe e de outros países que abordam a temática árabe, como produções europeias e latinas.

 

A Mostra vem, ano a ano, contribuindo para dialogar com a sociedade brasileira e mostrar uma parte considerável da cultura árabe para esse público. “Não só a cultura árabe do passado, mas a cultura árabe do presente, que é muito viva. Mostrar as questões sociais, sociológicas, antropológicas, porque cultura é isso. Cultura não é uma coisa estática. É algo muito dinâmico”, ressalta sua idealizadora, Soraya Smaili.

 

Para o curador e diretor da Mostra, Geraldo Adriano Godoy de Campos, os filmes apresentados desestabilizam referenciais que muitas pessoas têm como certos, como por exemplo, a dicotomia entre Oriente e Ocidente. “Neste percurso, a Mostra permite uma permanente interação entre componentes estéticos e políticos. Políticos em vários sentidos. Primeiramente, em um sentido da aproximação com questões geopolíticas e econômicas do Mundo Árabe e do Oriente Médio. Mas é também política a constatação de que as questões que a Mostra reflete falam também sobre nós.”

 

A programação completa da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema está no site do ICArabe ( http://www.icarabe.org/noticias/10a-mostra-mundo-arabe-de-cinema-estreia-em-sao-paulo-no-dia-12 ) e será divulgada em breve também no site da Mostra.

Para saber mais sobre a Mostra, acesse também a página do Facebook.

 

SOBRE O CURADOR

Geraldo Adriano Campos (diretor e curador da Mostra Mundo Árabe de Cinema)

Professor do curso de Relações Internacionais da ESPM. Graduado em Relações Internacionais e Mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP e Doutorando em Filosofia pela USP (FFLCH). Curador Musical da Biblioteca Mário de Andrade e produtor musical. Foi Diretor Cultural do Instituto da Cultura Árabe de 2013 a 2015. Curador e organizador de diversas Mostras e Ciclos de Cinema no Brasil, com especialidade em cinema dos países árabes. Presidente do Júri do Festival

 

Serviço:

10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema

Centro Cultural Banco do Brasil - RJ

De 19/08/2015 a 24/08/2015

 

Abertura, dia 19 de agosto, quarta, 18h

Representações, Fronteira e Território , debate com Arturo Hartmann, sobre a questão palestina e suas representações, após sessão conjunta dos filmes “Área Livre” e “A ira da tartaruga”.

Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 Centro

Informações: 21 3808-2020

Ingressos: grátis (retirar ingresso com 1 hora de antecedência)

Realizadores: Instituto da Cultura Árabe, CineSesc, Sesc-ES, Centro Cultural Banco do Brasil-SP, Centro Cultural Banco do Brasil-BH e Prefeitura da Cidade de São Paulo

Correalização: Biblioteca Mário de Andrade e Centro Cultural São Paulo

Copatrocínio: Câmara de Comércio Árabe-Brasileira

Apoio Cultural: Cinemateca da Embaixada da França e MC Distribution

Apoio: Saj, Folha de Uva e Arabia

Apoio Institucional: MAD Solutions

www.icarabe.org

 

Grade de programação

Quarta-feira, dia 19/08/2015

18h30 – Área Livre | A Ira da Tartaruga

19h30 – Mesa de Debate: Representações, Fronteira e Território (105 minutos) (Convidado: Arturo Hartmann)

 

Quinta-feira, dia 20/08/2015

19h – O Sonho de Sherazade

 

Sexta-feira, dia 21/08/2015

19h – Água prateada, um autorretrato da Síria

 

Sábado, dia 22/08/2015

17h – Cairo Drive

19h - Theeb

 

Domingo, dia 23/08/2015

17h – Sotto Voce

19h – Underground na Superfície

 

Segunda-feira, dia 24/08/2015

19h – O mar de outrora

 

 

 

 

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Postado em 19/08/2015

 

O cientista social Miguel Chaia será o convidado especial desta quarta-feira, dia 19, no Cinsesc, na programação da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema. A partir de uma leitura do filme “Sotto Voce”, Chaia conversará com o público sobre as interações entre arte e política e suas dimensões trágicas.

 

Miguel Chaia é professor da Faculdade de Ciências Sociais e pesquisador do Núcleo de Arte, Mídia e Política da pós-graduação em Ciências Sociais da PUC-SP. É também editor da revista São Paulo em Perspectiva e da Fundação Seade e diretor da Educ (Editora da PUC-SP).

 

Sotto Voce

Marrocos e Emirados Árabes Unidos| 2013| 94 min. - 16 anos

Gênero: Ficção

Direção: Kamal Kamal

Idioma: Árabe e francês com legendas em português

Elenco: Ahmed Benaissa, Amal Ayouch, Jihane Kamal, Khaled Benaissa, Mohamed Bastaoui, Mohammed Khoyi

 

Sotto Voce conta um episódio pouco conhecido da Guerra da Argélia. Um grupo de argelinos, após o assassinato de um oficial francês, tenta escapar para o Marrocos. A Estrada de Beni Boussaid, na fronteira entre Marrocos e Argélia, estava obstruída pela Linha Morice, uma cerca de 460 kilômetros, eletrificada e min.ada. Moussa, um revolucionário marroquino, ajuda o grupo a fazer a travessia. O filme mescla elementos de um importante momento da história política da região com aspectos líricos e trágicos. Os diferentes planos narrativos são costurados por uma ópera composta originalmente para o filme pelo diretor Kamal Kamal, que também é músico. Inédito no Brasil.

Participou do Festival Internacional de Cinema de Dubai em 2014 e Vencedor do Grande Prêmio do Tangiers National Film Festival.

 

Sobre o diretor

Nascido no Marrocos, Kamal Kamal é diretor de cinema e autor de três longas-metragens: Tayf Nizar (2002), La Symphonie marocaine (2005) e Sotto Voce (2013), este último vencedor do Grande Prêmio do Tangiers National Film Festival e um dos participantes do Festival Internacional de Cinema de Dubai em 2014. Kamal Kamal também é músico e compositor. Para o filme Sotto Voce, filme de abertura da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, compôs uma ópera que integra um dos planos narrativos do roteiro.

 

Programação completa da Mostra em:

http://www.icarabe.org/noticias/10a-mostra-mundo-arabe-de-cinema-estreia-em-sao-paulo-no-dia-12

 

Serviço:

Encontro “Cinema da Vela: Arte, Política e Tragédia”, com Michel Chaia, às 20h40, após a exibição de “Sotto Voce” (às 19h)

19 de agosto, quarta, 20h40

CineSesc - SP

Rua Augusta, 2075 – Cerqueira César

São Paulo / SP

Fone: (11) 3087-0500

email@cinesesc.sescsp.org.br

Forma de pagamento: dinheiro, cartões de crédito e débito.
Acessibilidade para cadeirantes e obesos.

 

Ingressos:

 

Abertura: grátis, distribuição de ingressos a partir das 19h

 

Segundas, terças e quintas - R$ 17 (inteira, Credencial Atividades); R$ 8,50 (Aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante); R$ 5 - trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes. (Credencial Plena).

 

Quartas-feiras - R$ 12 (inteira, Credencial Atividades); R$ 6 (Aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante); R$ 3,50 trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes. (Credencial Plena).

 

Sexta, Sábados, domingos e feriados - R$ 20 (inteira, Credencial Atividades); R$ 10 (Aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante); R$ trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes. (Credencial Plena).

 

 

10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema

De 12 de agosto a 12 de setembro de 2015, em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Vitória

Realizadores: Instituto da Cultura Árabe, CineSesc, Sesc-ES, Centro Cultural Banco do Brasil-SP, Centro Cultural Banco do Brasil-BH e Prefeitura da Cidade de São Paulo

Correalização: Biblioteca Mário de Andrade e Centro Cultural São Paulo

Copatrocínio: Câmara de Comércio Árabe-Brasileira

Apoio Cultural: Cinemateca da Embaixada da França e MC Distribution

Apoio: Folha de Uva e Arabia

Apoio Institucional: MAD Solutions

www.icarabe.org

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Postado em 18/08/2015

 

 

Após a exibição de “Maqams, Melodias de Alepo”, a aula-show “Maqams e a estrutura melódica da música árabe”, um encontro musical com a pesquisadora e dançarina Márcia Dib e com os músicos Cláudio Kairouz e Raouf Jemni. Os convidados irão analisar e demonstrar, com instrumentos musicais, as formas e tradições da música tradicional e da dança nos países árabes.”

 

18 de agosto, terça-feira, 20h40

Biblioteca Mário de Andrade

São Paulo.

 

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Postado em 17/08/2015

 

 

O filme “Sotto Voce”, do diretor marroquino Kamal Kamal, abrirá a 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema nesta quarta-feira, dia 12, no Cinesesc, em São Paulo, como uma das produções da Sessão Panorama Árabe. Apresentando um diálogo entre cinema, história e música, “Sotto Voce”, inédito no Brasil, mostra a trajetória de um marroquino durante a Guerra da Independência da Argélia. Em entrevista ao ICArabe, o diretor Kamal Kamal conta como relatos da guerra permearam sua infância através das histórias contadas por sua mãe, fala da situação social dos países árabes e reflete sobre o papel do cinema nesse contexto. Leia a seguir a entrevista:

 

ICArabe- Como surgiu a ideia de filmar uma história sobre a Guerra de Independência da Argélia?

Kamal Kamal - Minha mãe é argelina. Ela era um resistente à guerra da Argélia. Desde a minha infância ela me contava histórias deste período: como ela cruzou as fronteiras de Tlemcen, através de montanhas nevadas, para a cidade de Berkane, em território marroquino, onde um campo de refugiados e condenados à morte à revelia na Argélia foi instalado. Eu entendi cedo que ela estava sofrendo os efeitos desta guerra. Ela estava sofrendo de dores de cabeça e muitos pesadelos frequentes, e se via uma cena de um filme de guerra na televisão, chorava a noite toda e nada poderia mudar isso. Quando criança, eu era fascinado por esta história e, especialmente, a história do homem europeu que perdera a perna e não podiam acabar com o sofrimento deste homem só porque ele era um cristão e que ele não seria um mártir: ele não tinha o direito ao Paraíso como um mártir muçulmano. Quando eu cresci,  percebi o quanto a política utilizava o absurdo para chegar onde queria.

 

ICArabe - "Sotto Voce" apresenta um diálogo entre cinema, história e música, um dos temas da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema. O senhor é um diretor de cinema e um compositor. Como vê a relação do cinema atual com outras artes, como música?

Kamal Kamal - O cinema é a sétima arte e abriga em seu templo as seis outras formas de arte que a precederam, a saber: o teatro, a música, a pintura, a dança, a escultura e a poesia. Assim, a música é um componente do cinema em geral. E como recebi uma formação musical desde a minha infância, acho muito mais fácil me expressar através da linguagem da música do que qualquer outra forma de arte. Sei também o grande poder da música para transmitir as emoções e comunicá-las a diferentes pessoas de todo o mundo.

 

ICArabe - Segundo o Centro de Cinematografia Marroquina (CCM), os telespectadores estão de volta às salas de cinema do país para ver filmes marroquinos. Em 2013, 60% dos ingressos vendidos foram para os filmes marroquinos e os primeiros quatro filmes no topo da bilheteria foram marroquinos. No plano internacional, o cinema do Marrocos foi representado em 141 festivais realizados em 71 países diferentes em 2013. A que o senhor atribui esse sucesso?

Kamal Kamal - Eu acredito que é uma decisão política que quer que o Marrocos, que é um país pequeno, mas muito aberto aos outros, deva fazer-se a conhecer para melhor existir na comunidade internacional. É por isso que criamos o fundo para as produções nacionais e, em seguida, o avanço sobre as receitas. É uma experiência que funciona cada vez melhor nesta comunidade chamada  "southern lands" (terras do sul).

Devo também dizer que o Rei de Marrocos gosta de cinema e está fazendo o seu melhor para ajudar a indústria do cinema. Temos em Marrocos sete festivais de cinema, incluindo  68 festivais de cinema para filmes de estudantes, nos quais as crianças se divertem fazendo filmes.

 

ICArabe - Alguns pensadores políticos afirmam que, se quisermos realmente entender o que aconteceu no Iraque na década de 2000, por exemplo, devemos assistir ao filme "A Batalha de Argel". O senhor acredita que as últimas produções árabes conseguiram comunicar com o público no mundo árabe e em outros lugares sobre o que aconteceu na região?

Kamal Kamal - Não, eu não penso assim. O Cinema Árabe pode ter condenado ditadores árabes e a situação no mundo árabe, mas não conseguiu entender por que eles são assim (leia-se por que eles são ditadores). O Cinema Árabe sempre pregou o pan-arabismo para esconder grandes diferenças ideológicas, tribais, religiosas e étnicas numa região de vinte milhões de quilômetros quadrados. Fazer alguma diferença nas culturas, religiões e estilos de vida dos povos ou grupos étnicos -uma variedade enriquecedora - não seria da competência dos cineastas. Só agora entendemos que as ditaduras no mundo árabe eram uma necessidade para manter a paz em um mosaico de pessoas que não hesitariam em matar por sua herança ideológica de 1.500 anos. E é isso que está acontecendo agora.

 

ICArabe - Em seu ponto de vista, como o cinema impacta ou ajuda os momentos históricos que os países árabes têm vivido nos últimos anos?

Kamal Kamal - Por um lado, são raros os filmes que lidam com o assunto a sério, por causa da ignorância ou do medo de represálias em uma região pegando fogo. Por outro lado, recentemente, vi dois filmes sírios e um libanês que lidam com o assunto, mas todos defendem um ponto de vista de um grupo contra o outro. É mais um cinema de propaganda do que um cinema que defende os direitos humanos.

 

ICArabe - Como o senhor vê o momento social e político atual no mundo árabe? As esperanças da Primavera Árabe ainda resistem?

Kamal Kamal - As revoluções bem sucedidas são as revoluções que têm sido guiados por homens que têm um pensamento real e um programa político real assimilados e compreendidos pelo povo. O que está acontecendo no mundo árabe é mais um caos que uma primavera.

Há pessoas com raiva por razões econômicas e sociais e estão em completa ignorância sobre regras e mecanismos que orientam um país e os mecanismos que regem as relações entre este país com o mundo. Quando não sabemos para onde vamos, nós nos perdemos.

 

ICArabe - Como o senhor vê o diálogo que os filmes árabes estão estabelecendo com as produções latino-americanas? Vê algum elemento comum entre eles?

Kamal Kamal - Nós todos somos considerados países do sul e de fato temos um monte de coisas comuns. Nós quase sofremos dos mesmos males sociais e fazemos realizar a mesma luta existencial. Nossos cinemas sofrem com a falta de recursos e de visibilidade no mundo, exceto em festivais.

Eu acredito que um dia isto nos levará a conhecer um ao outro melhor para colaborar e melhor servir a humanidade, como servir ao nosso próprio cinema.

 

ICArabe – O senhor acompanha o cinema brasileiro? Conhece alguns de nossos filmes?

Kamal Kamal - Eu tento seguir todos os cinemas do mundo através de festivais ou através de DVDs. Tive o prazer de assistir a alguns filmes brasileiros de alta qualidade, com uma grande  força cinematográfica, tais como: “Cidade de Deus”, “Central do Brasil”, “Pixote", "Favelas",... e muitos outros que me deram a esperança de que o “Cinema do Sul” um dia vai encontrar o seu lugar real no mundo.

 

ICArabe – O senhor está atualmente produzindo um novo filme? Poderia nos dizer o tema de seu novo trabalho?

Estou na preparação do meu próximo filme, sobre mulheres prisioneiras que descobrem um dia que, se elas estão na prisão é porque falharam com a sociedade. Elas decidem então liderar uma grande ação de arrependimento.

 

 

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Postado em 17/08/2015

 

 

O escritor Milton Hatoum será o convidado especial da 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema nesta sexta-feira, dia 14, no Cinesesc, em São Paulo. 

Hatoum participará de um bate-papo com o público dentro da Sessão “Cinema e Literatura” da Mostra, que aborda a relação entre as duas expressões.

A homenagem inicia-se com a exibição de “Lavoura Arcaica”, do diretor Luiz Fernando Carvalho, baseado na obra de Raduan Nassar, que integra a programação da 10ª edição da Mostra em homenagem aos 40 anos da publicação de “Lavoura Arcaica”. Após a exibição do filme, acontecerá o bate-papo com Hatoum.

Em 2001, o filme ganhou prêmios no Festival de Brasília e na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Esta será a única exibição da Mostra em 35mm. Luiz Fernando Carvalho é o único diretor a ter adaptado obras de ambos os escritores. 

 

 

Lavoura Arcaica 

Brasil | 2001| 171 min. - 16 anos

Gênero: Ficção 

Direção: Luiz Fernando Carvalho

Idioma: Português 

André é um filho desgarrado, que saiu de casa devido à severa lei paterna e ao sufocamento da ternura materna. Pedro, seu irmão mais velho, recebe da mãe a missão de trazê-lo de volta ao lar. Cedendo aos apelos da mãe e de Pedro, André resolve voltar para a casa, mas irá quebrar definitivamente os alicerces da família ao se apaixonar por sua bela irmã Ana. 

 

Sobre o diretor

Luiz Fernando Carvalho dirigiu novelas e séries de sucesso na Rede Globo. Em 2001, estreou seu primeiro longa-metragem “Lavoura Arcaica”, adaptação do livro de Raduan Nasser e, desde 2013, está trabalhando na adaptação do livro “Dois Irmãos”, de Milton Hatoum, para uma série.

 

Serviço:

10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema – Homenagem bate—papo com Milton Hatoum e homenagem a Raduan Nassar. 

Quando: dia 14

18h – Lavoura Arcaica (171 minutos)

20h50 – Bate-papo “Cinema e Literatura” (Convidado: Milton Hatoum)

Onde: Cinesesc-SP

Rua Augusta, 2075 – Cerqueira César

São Paulo / SP

Fone: (11) 3087-0500

email@cinesesc.sescsp.org.br

Forma de pagamento: dinheiro, cartões de crédito e débito.

Acessibilidade para cadeirantes e obesos.

Ingressos:

Segundas, terças e quintas - R$ 17 (inteira, Credencial Atividades); R$ 8,50 (Aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa  com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante); R$ 5 - trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes. (Credencial Plena).

Quartas-feiras - R$ 12 (inteira, Credencial Atividades); R$ 6 (Aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa  com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante); R$ 3,50 trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes. (Credencial Plena).

 

Sexta, Sábados, domingos e feriados - R$ 20 (inteira, Credencial Atividades); R$ 10 (Aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa  com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante); R$ trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes. (Credencial Plena).

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10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema
De 12 de agosto a 12 de setembro de 2015 | Realização Instituto da Cultura Árabe - ICArabe
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